A CONDUÇÃO

DEFINIÇÃO

            Especialmente neste fundamento, da condução da bola, há muita confusão no uso dos termos por parte dos diversos autores. A questão é mais acentuada com relação ao termo “drible”. Alguns confundem o drible com a finta, como é o caso de Zorzenon ao afirmar que a condução “consiste simplesmente em trasladar a bola controlada sem oposição próxima” enquanto que o drible “...supõe a habilidade para iludir ou enganar o adversário.” 1

            Entretanto, a maior parte dos autores entendem o drible como sendo a condução da bola. Talvez a melhor definição de drible seja a de Santos quando diz que “o drible (dribbling) é a progressão com a bola no terreno, fintando ou não um adversário” 2, pois admite que a condução da bola pode se dar sem a oposição do adversário ou com ela, quando então o jogador além de conduzir a bola deverá ludibriar o oponente.

A IMPORTÂNCIA DA CONDUÇÃO DA BOLA

            O jogador que possui a habilidade de conduzir e controlar uma bola, mantendo-a junto de si, será de grande utilidade para a sua equipe. Em muitos momentos  do jogo, especialmente quando os companheiros estão marcados e há espaço livre pela frente ou quando se recebe um lançamento “nas costas” do último marcador e precisa-se partir com a bola rumo ao gol, o domínio deste fundamento será de extrema necessidade. Além disso nas jogadas de penetração com a bola a condução será de vital importância.

            No entanto, todos os autores concordam em afirmar que o uso excessivo deste fundamento produz perda de tempo e desgaste físico desnecessários. Segundo Csanádi

                      “a condução da bola teve grande significado durante   o   desenvolvimento  do futebol. Quando a capacidade de passe dos jogadores era primitiva,  se  viram obrigados a conduzir  a bola a frente de si...e tem sido um fator imprescindível do jogo individualista. Mas no futebol moderno o jogo individual perde terreno, manifestando-se em troca cada vez mais  o  caráter  de conjunto e de equipe do futebol.” 3

            Assim deve-se restringir o uso da condução, mas de modo algum se pode prescindir dela.

PRINCÍPIOS GERAIS

            O jogador que deseja executar uma boa condução da bola deve observar os seguintes aspectos:

1 - Os toques devem ser suaves, com intensidade variando conforme as circunstâncias (carreira longa, perseguição de um adversário e etc.);

2 - Manter o campo visual da bola e da jogada, não se fixando na bola, evitando abaixar a cabeça;

3 - Manter a bola o mais próximo possível do corpo (de 50 cm a 1m no máximo),a não ser que se queira ultrapassar com velocidade um adversário ou se tenha campo livre pela frente para uma arrancada veloz;

4 - Manter a bola rasteira junto ao solo, facilitando o controle;

5 - Usar ambos os pés, aprimorando o fundamento.
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Notas Bibliográficas:
1 - ZORZENON, Jose. El futbol en la escuela. República Argentina, NUBEF, 1968, p.33
2 - SANTOS, Ernesto dos. Futebol: caderno técnico-didático. Brasília, SEED/DDD, 1979, p.94
3 - CSANÁDI, Arpad. El Futbol. Barcelona, Planeta, 1963, p.183